Metodologia do Ensino de Física I - Uma retrospectiva

Apresentamos aqui um breve resumo das atividades desenvovidas na disciplina Metodologia de Física I, no semestre 2011/1.

Site: Moodle antigo do Stoa
Curso: Metodologia do Ensino de Física II - Maria Lúcia Abib
Livro: Metodologia do Ensino de Física I - Uma retrospectiva
Impresso por: Visitante
Data: domingo, 13 julho 2025, 14:17

Sumário

1 Metodologia do Ensino de Física I

     Neste primeiro semestre de 2011 a disciplina Metodologia do Ensino de Física do curso de Licenciatura em Física I foram estudados 10 textos ao longo do semestre letivo, para cada um deles foi proposto aos alunos a elaboração de resenha para cada um deles. Todos os textos foram discutidos em aula:

     Outra atividade proposta foi a elaboração de Sequências Didáticas pelos alunos, as quais foram aplicadas por eles em suas intervenções ao longo do estágio. Também foram realizadas entrevistas sobre a flutuação dos corpos através de uma experimentação segundo descrito no texto de apoio. Resumos no início de cada aula, sínteses individuais e auto-avaliações.

     Os portfólios entregues pelos alunos forneceram importantes indicativos de como as atividades de estágio foram desenvolvidas e quais foram as percepções deles sobre diversos aspectos da docência e da escola na qual eles realizaram suas atividades de estágio.

2 Aspectos Gerais

1.1. Descrição da disciplina

A disciplina Metodologia do Ensino de Física I (EDM-0425) é uma disciplina obrigatória no curso de Licenciatura em Física, pode também ser cursada como disciplina optativa por alunos de outras licenciaturas. Esta disciplina é oferecida somente nos semestres ímpares, nos semestres pares é oferecida a disciplina Metodologia do Ensino de Física II.

O período ideal para se cursar a disciplina de Metodologia I, segundo manual do curso, é o sétimo semestre para o diurno e o nono semestre para o noturno. Porém é dado ao aluno cursar a disciplina (como qualquer outra) desde que tenha cumprido os pré-requisitos exigidos para a disciplina. Este foi o primeiro que foi primeiro semestre (2011/1) que foi introduzido um requisito para se cursar a disciplina EDM-0425

1.2. Plano de curso

A seguir é apresentada a ementa da disciplina de Metodologia do Ensino de Física I que consta no Manual do curso de Licenciatura em Física:

EDM0425 – Metodologia do Ensino de Física I

Requisito: 4300358

Carga Hor : 4 h/semana

Nº de Créd. : 6 (seis). 4 créd. aula + 2 créd. trabalho (estágio). O estágio deverá ser feito no mesmo período (manhã, tarde ou noite).

Programa : 1. As representações sobre noções Física. 2. A gênese histórica e individual do conhecimento físico. 3. As representações dos professores sobre o ensino de Física e relações com procedimentos pedagógicos. 4. A integração professor -, aluno - aluno e aluno – material didático na construção de conhecimento 5. O papel da experimentação no ensino de Física. 6. Resolução de problemas no ensino de Física. 7. Materiais didáticos de ensino de Física: livros, programas, manuais de atividades experimentais, artigos de jornais e revistas, vídeos, softwares.

3 Plano de Curso

Júpiter - Sistema de Graduação

Faculdade de Educação

Metodologia do Ensino e Ed Comparada

Disciplina: EDM0425 - Metodologia do Ensino de Física I

Créditos Aula:

4

Créditos Trabalho:

2

Carga Horária Total:

120 h ( Estágio: 60 h )

Tipo:

Semestral

Ativação:

01/01/2011

Objetivos

a) Fornecer subsídios teóricos e vivências de situações práticas para que o licenciando integre os conhecimentos científicos da área, os conhecimentos didáticos gerais sobre educação, os conhecimentos específicos sobre o ensino da física no nível médio e os conhecimentos sobre os contextos de atuação.

b) Desenvolver autonomia docente que possibilite uma atitude de permanente avaliação e aprimoramento dos conhecimentos teóricos e práticos.

Docente(s) Responsável(eis)

1644612 - Maria Lucia Vital dos Santos Abib

Programa Resumido

Problemas e perspectivas atuais da organização curricular do ensino de física no nível médio. Caracterização do ensino veiculado nas escolas e re-conhecimento da sala de aula. Desenvolvimento, aplicação e análise de intervenções em atividades de estágio em situação escolar. Reconhecimento de potencialidades do ensino de Física em contextos não-formais.

Programa

a) Práticas e abordagens vigentes na escola e as propostas oficiais para o ensino de física no nível médio: organização curricular; concepções sobre ensino, aprendizagem e ciências e suas relações com procedimentos pedagógicos; estratégias didáticas utilizadas nas aulas do Ensino Médio.

b) As relações didáticas entre professor e alunos e entre alunos: relações discursivas na sala de aula; contrato didático.

c) Atividades de estágio em uma perspectiva investigativa e inovadora: observação e reconhecimento da escola e das práticas educativas relativas ao Ensino de Física; elaboração, implementação e análise de propostas didáticas; observação de situações de atendimento em instituições de educação não-formal (museus e centros de ciências, observatórios, etc)
Obs: As atividades de estágio ocorrerão concomitantemente e de forma integrada ao demais temas do programa

Avaliação

Método

Aulas expositivas e de discussão, trabalhos em grupo, laboratório didático, entrevista e trabalho de campo, micro ensino e simulação de aulas

Critério

Provas, trabalhos em classe e relatórios.

Norma de Recuperação

Prova escrita e/ou trabalho (somente para aqueles que tenham realizado os estágios).
1º semestre: 1ª quinzena de julho.

Bibliografia

ABIB, M. L. V. dos S. Uma Abordagem Piagetiana para o Ensino da Flutuação dos Corpos. Textos Pesquisa para o Ensino de Ciências, nº 2, Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo, 1988.

ABD ABDALLA, Maria Cristina B.. O discreto charme das partículas elementares. São Paulo: Editora UNESP, 2006.

ARAÚJO, M. S. T.; ABIB, M. L. V. S. Atividades Experimentais no Ensino de Física: Diferentes Enfoques, Diferentes Finalidades. Revista Brasileira de Ensino de Física, v. 25, n. 2, p. 176-194, 2003.

ASTOLFI, Jean-Pierre. A didática das ciências Trad. Magda S. S. Fonseca. Campinas-SP: Papirus, 1990.

ASTOLFI, Jean-Pierre et al. As palavras-chave da didática das ciências. Lisboa: Instituto Piaget, 2002.

AQUINO, J. G. A indisciplina e a escola atual. Revista da Faculdade de Educação, São Paulo, v.24, n.2, 1998.

BACHELARD, Gaston. A formação do espírito científico: contribuição para uma psicanálise do conhecimento. Trad. Estela dos Santos Abreu. Rio de Janeiro: Contraponto, 1996.

BORGES, M.R.R. Em debate: Cientificidade e educação em ciências. Porto Alegre: SE/CECIRS, 1996.p.9 a p.73,1996.

BRASIL. PCN+ Ensino Médio, Orientações Educacionais Complementares, aos Parâmetros Curriculares Nacionais, FÍSICA. MEC/SENTEC.

CACHAPUZ, A., GIL- PEREZ, D., CARVALHO, A.M.P., PRAIA, J., VILCHES, A. (2005). A Necessária Renovação do Ensino das Ciências. São Paulo, Editora Cortez.

CARVALHO, A. M. P. de; GIL-PEREZ, D. Formação de Professores de Ciências. São Paulo, Cortez, 1993.

CHALMERS, A.F. O que é Ciência, afinal? São Paulo: Brasiliense, 2003.

DELIZOICOV, Demétrio; ANGOTTI, José A. P.. Física. São Paulo: 1992.

EINSTEIN, Albert; INFELD, Leopold. A evolução da física. Trad. Giasone Rebuá. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed., 2008.

FEYNMAN, Richard Philips. Física em 12 lições. Trad. Ivo Korytowski. Rio de Janeiro: Ediouro, 2005.

GIL-PEREZ, A. VILCHES, M. EDWARDS, J. F. PRAIA, P. VALDÉS, M. L. VITAL, H. TRICÁRIO E C. RUEDA, A. Educação científica e a situação do mundo: um programa de atividades dirigido a professores. Revista Ciência & Educação. V.9, n.3, 2003.

LEMKE, J. Investigar para el futuro de la educación científica: nuevas formas de aprender, nuevas formas de vivir, University of “Investigación Didátida”, Enseñanza de las ciencias, v.24, n.1, 2006.

MATEUS, Alfredo Luis. Ciência na tela: experimentos no retroprojetor. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2009.

MEIRIEU, Philippe. Aprender... sim, mas como. Trad. Vanise Dresch. Porto Alegre: Artes Médicas, 1998.

MIZUKAMI, M. G. N. Ensino: as abordagens do processo. São Paulo, E. P. U., 2000.

MOREIRA, M.A. (1985). Ensino e Aprendizagem: Enfoques Teóricos. São Paulo. Editora Moraes.

PERRENOUD, Philippe. A prática reflexiva no ofício de professor: profissionalização e razão pedagógica. Trad. Cláudia Schilling. Porto Alegre: Artmed Editora, 2002.

PERRENOUD, Philippe. Dez novas competências para ensinar. Trad. Patrícia Chittoni Ramos. Porto Alegre: Artes Médicas Sul, 2000.

PIETROCOLA, Maurício (org.). Ensino de Física: conteúdos, metodologia e epistemologia numa concepção integradora. Florianópolis: Ed. da UFSC, 2001.

SILVA, Cibelle Celestino (org.). Estudos de história e filosofia das ciências: subsídios para aplicação no ensino. São Paulo: Editora Livraria da Física, 2006.

TARDIF, Maurice. Saberes Docentes e Formação Profissional. Petrópolis-RJ: Vozes, 2002.

VILLANI, A. Reflexões Sobre o Ensino de Física no Brasil: Práticas, Conteúdos e Pressupostos. Revista de Ensino de Física, São Paulo, v. 6, n. 2, 1984.

Obs: Serão também utilizados livros didáticos de Física para o Ensino Médio e artigos diversos de periódicos da área de ensino de ciências, como:

* Revista Brasileira de Ensino de Física.

* Caderno Catarinense de Ensino de Física.

* Investigações no Ensino de Ciências.

* Ensaio

* Ciência & Educação

* Enseñanza de las Ciencias.

4 Orientação para o acompanhamento do estágio

Elaboração de Portfólio e Caderno de Campo

O portfólio, a ser organizado ao longo do desenvolvimento do estágio, constitui-se de uma coletânea de documentos de diversas naturezas que, a critério dos estagiários, organiza e retrata os trabalhos produzidos pelo futuro professor. Sua finalidade é permitir tanto um acompanhamento do processo de aprendizagem sobre o ensino de física em um contexto escolar específico, como possibilitar sucessivos momentos de reflexão, sistematização e aprimoramento do trabalho elaborado em cada uma das atividades de estágio. Dessa maneira, poderão ser arquivados:

· textos com dados gerais da escola,

· relatos sobre as visitas a instituições de educação não formal,

· resumos (ou transcrições de entrevistas),

· planos de curso e de aulas, registros com relatos e análises de aulas ministradas,

· sínteses de conversas informais, discussões e reuniões com os colegas, com o professor e com os alunos das escolas,

· cópias de textos utilizados em aula, trabalhos produzidos pelas classes etc.

Para facilitar a elaboração do portfólio é necessário que sejam feitos registros semanais das atividades desenvolvidas, a serem elaboradas em CADERNO DE CAMPO, QUE DEVERÁ SER ANEXADO AO PORTFÓLIO.

Para a finalização final e entrega do fortfólio, que se constituirá no documento principal de avaliação do estágio, deverá ser elaborado um sumário inicial, uma introdução explicativa sobre a natureza e aspectos gerais sobre o estágio e conclusões e considerações finais sobre o trabalho desenvolvido.

5 Proposta de programa e de atividades de estágio

TEMÁTICA

· Organização curricular: diferentes abordagens para o ensino de física; propostas curriculares oficiais e o ensino de física praticado nas escolas

· Concepções sobre ensino, aprendizagem e ciência e suas relações com procedimentos pedagógicos

· Estratégias didáticas

· As relações didáticas entre professor, aluno e os saberes escolares:

· As relações interativas na sala de aula: relações entre professor e alunos e entre alunos - o papel das interações discursivas

· A didatização dos saberes

ETAPAS DE DESENVOLVIMENTO

1. Caracterização e análise do ensino de física veiculado nas escolas (fases 1 e 2 do estágio)

2. Análise de propostas alternativas para o ensino de Física: referenciais teóricos e exemplos de implementação em sala de aula. (fases 1 e 2 do estágio)

3. Aprofundamento teórico-prático: planejamento, implementação e análise de projetos de ensino em situação escolar ( fase 3 do estágio)

Observação: A discussão dos temas será desenvolvida concomitantemente, e de forma integrada com o estágio

6 Desenvolvimento do Estágio

1ª Fase: ênfase na observação e análise (4 a 5 semanas)

· Visitas a escolas e contato com coordenação e professores.

· Obtenção do Projeto Político Pedagógico da Escola e análise da proposta para a Área de Ciências da Natureza e Suas Tecnologias.

· Levantamento e análise de recursos didáticos para o ensino de Física.

· Observações de aulas e/ou gravações em áudio e vídeo.

· Entrevistas com professores, alunos e ex-alunos do ensino médio

2ª Fase: ênfase na observação participante e análise ( 3 a 4 semanas)

· Atividades diversas de participação nas aulas tais como: atendimento a alunos individualmente ou em grupos; organização de materiais didáticos; de aulas experimentais, de questões, exercícios e problemas; preparação e/ou análise de avaliações; etc.

· Acompanhamento de grupos de alunos

3ª Fase: implementação de práticas docentes (aproximadamente 7 semanas)

· Planejamento, implementação e análise de projetos de ensino com temática definida conjuntamente com o professor da classe e desenvolvidos em horário normal de aula (preferencialmente 1 aula semanal) ou em horário extra (com caráter de mini-curso complementar).

Atividades complementares

· aulas particulares (recuperação e/ou acompanhamento a alunos e/ou grupos)

· contribuições à organização de espaços para o ensino de Física: biblioteca, laboratório, videoteca, sala de informática, etc

· organização/ elaboração de materiais didáticos e outras recursos auxiliares : textos didáticos e para-didáticos, softwares, endereços de sites, vídeos, manuais para experimentação etc

· participação em reuniões diversas na escola (HTPC, conselho etc)

· visitas a Museus de Ciência, Observatórios e outras instituições voltadas à educação não-formal ( de 5 horas a 10 horas).

Observações:

· As atividades de estágio poderão ser adaptadas para os casos de alunos que já estão atuando como professores de Física (desde que possa ser feita a implementação de projetos de ensino inovadores).

· Recomenda-se a realização do estágio em Escola Pública.

· Sugere-se que as atividades sejam aprofundadas em uma classe específica e que sejam desenvolvidas na escola em duplas de estagiários, a fim de possibilitar aprofundamento de discussões sobre as mesmas.

AVALIAÇÃO

- acompanhamento dos trabalhos desenvolvidos individualmente e em grupos ao longo do desenvolvimento da disciplina: resenhas sobre leituras, apresentações, sínteses de trabalhos produzidos em aulas, etc

-atividades de estágio:elaborações e registros em caderno de campo, organização de portfófio, apresentações sobre os projetos

-sínteses temáticas

7 Textos

TEXTO 1:

MIZUKAMI, M. G. N. (2000). Ensino: as abordagens do processo. São Paulo, E. P.U.

TEXTO 2:

BRASIL. PCN+ Ensino Médio, Orientações Educacionais Complementares, aos Parâmetros Curriculares Nacionais, FÍSICA. MEC/SENTEC.

TEXTO 3:

MOREIRA, M.A.. (1985). Ensino e Aprendizagem: Enfoques Teóricos. São Paulo. Editora Moraes. CAPÍTULO: A TEORIA DE APRENDIZAGEM DE AUSUBEL.

Texto 4:

CARVALHO, Anna Maria Pessoa. As práticas experimentais no ensino de Física. In: CARVALHO, Anna Maria Pessoa de et AL. (Orgs.) “Ensino de Física” Coleção Ideias em Ação. São Paulo: CEGAGE Learning, 2010, página 53 até 78.

Texto 5:

MOREIRA, M. A. A teoria do desenvolvimento cognitivo de Piaget. In: Teorias de Aprendizagem, Marco Antônia Moreira. São Paulo: EPU. 1999.

Texto 6:

CAPECCHI, Maria Candida Varone de Morais e CARVALHO, Anna Maria Pessoa de. Atividade de laboratório como instrumento para a abordagem de aspectos da cultura científica em sala de aula . Pro-Posições, v. 17, n. 1 (49) - jan./abr. 2006.

Texto 7:

CARVALHO, A. M. P. de; VANNUCCHI, A. I.; BARROS, M. A.; GONÇALVES, M. A. R.; REY, R. C. de (1998). Ciências no Ensino Fundamental. São Paulo, Escrituras Editora.

Texto 8:

Abib, Maria Lúcia V. dos Santos “Avaliação e melhoria da aprendizagem em física” In Ensino de Física flutuação Anna Maria Pessoa de Carvalho et al. Pag. 141-158, São Paulo: Cengage Learning, 2010.

Texto 9:

Abib, Maria Lúcia V. dos Santos “A Interferência do Nível de Desenvolvimento Cognitivo na Aprendizagem de um conteúdo de Física” Dissertação de mestrado, pág. 37-45, USP: São Paulo, 1983.

Texto 10:

MOREIRA, M.A.. (1985). Ensino e Aprendizagem: Enfoques Teóricos. São Paulo. Editora Moraes. CAPÍTULO: A TEORIA DA MEDIAÇÃO DE VIGOTSKI