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Relatório de Práticas: 1º semestre 2011
dupla: Ingid e Teresa
Escolha pela escola Andronico, expectativas e primeiras impressões.
Escolhemos estagiar no colégio Andronico de Mello para adquirir experiência com escola estadual de nível médio, ambas já tínhamos alguma vivência em ensino fundamental e trabalhamos com ensino médio particular. Trabalhamos no primeiro semestre de 2011 com duas turmas de terceiro ano (3A e 3H). Antes de começarmos nossas atividades de regência pudemos assistir algumas aulas da professora Rosane nessas turmas. Ela nos apresentou aos alunos e sentamos no fundo da sala, onde assistimos a aula e também a maneira com que os alunos interagiam entre si, com o conteúdo que era apresentado (leis de Coulomb), e com a professora. As aulas foram relativamente silenciosas em ambos os terceiros, achávamos que a indisciplina seria maior. A professora passou alguns exercícios na lousa, e depois corrigiu-os. Os alunos comentaram que era um pouco complicado, perguntaram pra que servia aquilo se ia cair na prova. A professora respondeu: “na prova não vou cobrar deste jeito, mas vocês precisam saber, pois na FUVEST, cai.” Foi interessante que enquanto ela falava isso observamos sobre algumas carteiras folhetos da universidade Anhanguera que haviam sido distribuídos para os alunos no recreio. Uma menina (Bruna) sentada próximo da gente comentou baixinho com sua amiga: “Ai não aguento mais, os professores só falam em FUVEST esse ano, e se eu não quiser USP, e se eu não prestar vestibular...”.
A Bruna pretende fazer algum curso no SENAI. Alguns alunos falam em tentar um curso técnico para aumentar a chances de emprego, alguns vão sim prestar FUVEST e outros encerram seus estudos ao final deste ano. Entendemos que a escola deve atender as mais aspirações e um dos desafios no ensino de física é ter sentido na vida dessas pessoas, independentemente de onde estarão ano que vem. Acreditamos que atividades práticas e experimentais como as desenvolvidas neste estágio contribuem de alguma forma para a apresentação da física como uma maneira de assimilar, interagir com e resolver problemas do cotidiano, nas mais diversas realidades das quais nossos alunos fazem parte.
Sobre as atividades experimentais
Neste semestre fizemos seis experimentos em cada turma, como citado nos relatórios anteriores. Houveram problemas técnicos (principalmente em relação ao fenômeno de eletrização por atrito). Os experimentos eram testados previamente nas oficinas, pilha por pilha, lampada por lâmpada, e ainda assim surgiam problemas não previstos. Ainda assim conseguíamos cumprir os roteiros razoavelmente bem. Certa vez tivemos alguns problemas num experimento que envolvia multimetros, alguns não estavam funcionando muito bem, e notamos que os alunos tiveram bastante dificuldade em utilizá-los. Ao final do experimento pedimos desculpas a professora Rosane, e ela disse que tudo bem. Alguns grupos não chegaram ao final do roteiro, mas para ela a experiência que tiveram de aprender a manusear um multimetro, ver as diferentes grandezas, escalas, unidades já era importante por si só.
Sobre a preparação para os experimentos
Além da vivência em sala de aula percebemos que a preparação da atividade experimental, o estudo e adaptação dos roteiros foram muito importantes para a nossa formação. Por mais que já tenhamos estudado eletroestática no ensino médio, na graduação, já tenhamos feito experimentos semelhantes nas aulas de laboratório, a cada oficina surgem questões inéditas que precisamos ter muito bem resolvidas caso os alunos perguntem. Sentimos que obrigação de ensinar um determinado conteúdo à alguém possibilita a conscientização de lacunas no processo formativo. Percebemos questões importantes que passaram desapercebidas na graduação. Neste sentido aprendemos bastante sobre os conteúdos de eletroestática. Além disso, com o passar das atividades fomos aprendendo a nos colocar no lugar dos alunos, percebendo o que tipo de perguntas funcionam e quais não funcionam, e aprendendo a administrar melhor o tempo de aproximadamente 40 minutos dos quais efetivamente dispomos para a realização dos experimentos. Então o nosso trabalho começava na edição dos roteiros, pois ali nos colocávamos no lugar dos alunos e fazíamos perguntas na tentativa de tornar o procedimento o mais claro possível. Entre as duas aulas, conversávamos e mudávamos de estratégia quando alguma coisa não tinha funcionado bem na primeira aula. Hoje, temos uma maior facilidade, tanto na hora de editar o roteiro, quanto em sala de aula. Acreditamos que essa experiência é muito válida pois colabora com a nossa formação de professor.
Convivência com a professora Rosane
Neste estágio, tivemos a sorte de contar com o acompanhamento da professora Rosane. Já no primeiro contato trocamos telefones e e-mails e ela solicitou que nós a mantivéssemos informada quanto aos roteiros, colocando-se a disposição para quaisquer esclarecimentos. A cada experimento mandávamos o roteiro já com algumas modificações para a professora, ela comentava, explicava por que havia escolhido aquele roteiro em específico, dizia como andavam as aulas teóricas e se disponibilizava para trazer material se fosse necessário.
Durante os intervalos de aula que antecediam os experimentos entrava com a gente nos laboratórios e perguntava como pretendíamos conduzir o experimento: em quantos grupos seriam divididos os alunos, se iriamos fazer algum tipo de explicação ou contextualização antes do experimento, etc. Foi importante pra gente ter contato com uma professora que trabalha tantos anos na rede que ainda está motivida e tenta fazer as coisas da melhor maneira possível dentro do seu alcance. |