Relatório de Oficina de Experimentos - dia 12/04, segunda-feira.
- Iniciamos nosso trabalho com a 8ª série B (que é parte do grupo inteiro da 8ª série). Havia 6 grupos com 5 alunos em cada em média. A aula se deu num dos salões da escola, onde ocorrem aulas de matérias distintas em cada ponta. O roteiro a ser executado foi 'Átomos', estudado e discutido nas aulas em classe da disciplina.
Começamos por nos apresentar, e então explicamos rapidamente o que seria feito naquela aula. Optamos por distribuirmos nós mesmos os materiais a se utilizar, conferindo depois se todos os grupos tinham recebido-os.
Alguns alunos reconheceram o roteiro e revelaram já terem feito no ano anterior, com um grupo da turma passada da disciplina. Assim, tiveram mais facilidade em responder os tópicos propostos no papel. No entanto, a maioria nunca tinha tido contato com este experimento.
Parte do roteiro consistia em realizar a 'queima' de sal e de açucar1, anotando assim os efeitos conseqüentes. Em parte, este processo não era total desconhecido de grande parte dos estudantes, pois muitos já tinham, por exemplo, feito 'pipoca-doce' em casa, e sabiam anteriormente o que iria acontecer com o açucar quando queimado (aliás, um colega mais adiantado propôs uma alteração no roteiro, no sentido de fazermos uma 'pipocada-doce' após o experimento). Todavia, dificilmente alguns tinham se perguntado o por quê da cor amarelada (percebemos isto justamente ao os fazer esta indagação), se limitando a registrar o fato. Os alunos iriam poder notar que o sal não fica, quando queimado, com a mesma coloração do caramelo. Entretanto, a tendência foi no registro da ocorrência, com pouquíssimos questionamentos sobre o motivo.
Cabe aqui mostrar um agravante. Poucos grupos conseguiram efetivamente queimar o açucar, menos ainda conseguiram o fazer com o sal. Agravante pois acarretou que fosse possível realizarmos somente a primeira parte do roteiro.
Então, os grupos responderam somente a primeira parte do exercício, sendo que alguns nem chegaram a responder todos os tópicos. Todas as respostas foram postas de forma objetiva e direta, sem indagações adicionais. Para findar, queremos relatar o desinteresse de parte dos alunos (embora isto não tenha prejudicado os colegas do mesmo grupo) e a não participação de alguns específicos (como postura inicial, achamos melhor não pressionarmos, nos limitando a esporadicamente os incitar a participar com os colegas). Ademais, qualquer apelo mais direto é injustificável num primeiro contato.
- Na segunda parte nos dedicamos a 5ª série. O roteiro se intitulava 'Por onde anda a luz?'. A aula ocorreu no mesmo salão, na outra extremidade. Havia 7 grupos de 4 estudantes em cada uma em média.
Fomos apresentados aos alunos e logo começamos a explicar como procederiam os experimentos. De forma geral, estes coleguinhas se mostraram interessados e curiosos para o que viria. Pedimos para um representante de cada grupo viesse a nossa 'bancada' buscar os materiais para o primeira parte do experimento. Já com a folha e os itens em mãos, começaram imediatamente. Relativamente, a autonomia do grupo da 5ª era maior do que a da 8ª (no entanto o experimento da 5ª apresentava, ao nosso ver, elementos mais praticáveis e maleáveis - para o mesmo item grupos diferentes podiam analisar de formas diferentes e fazer indagações muito diferentes). E com essa autonomia veio dúvidas constantes, e profundas. Certas provocações que colocávamos proporcionava, em alguns grupos, fortes dúvidas e discussões proveitosas (quando levantamos a hipótese da luz fazer curvas no espaço até se encontrar na parede, um coleguinha se espantou e pôs-se imediatamente a pensar).
Passada a primeira parte do roteiro, onde era usado uma lanterna, chegamos a segunda parte, onde usaríamos lasers. Como podíamos esperar, a expectativa dos alunos era imensa (com um pesar enorme não atendemos as súplicas desesperadas para que adiantássemos a 'brincadeira' do laser!). As erupções de curiosidade só cessaram quando finalmente distribuímos um laser para cada representante. Logicamente, advertimo-os sobre os perigos do manuseio do equipamento (não foi preciso nenhum tipo de ameaça fatal ou apocalíptica!), e todos deram ouvido.
Rapidamente, grande parte dos coleguinhas foram respondendo aos tópicos propostos no experimento. Íamos de mesa em mesa socorrer os problemas que naturalmente surgiam, mas muitos também nos procuravam inquietos.
Por fim, realizamos em conjunto o sub-item c) do item 4). Fizemos o papel de arauto, e questionamos uma última vez se a luz anda em linha reta. Aqueles pra quem já havíamos disseminado a cruel possibilidade da curvilinearidade da luz, se reteram, ao passo que outros afirmaram inseguramente que sim. Ao verem o traço no laser no pó de giz se encantaram enormemente, e repetiram inúmeras vezes. Podiam finalmente 'ver' a luz (e 'acreditar' na lineridade do raio de luz), por isso é totalmente compreensível a empolgação dos coleguinhas.
Sinteticamente, esta primeira experiência foi ótima e muito proveitosa para nós (e esperamos que para os colegas também tenha sido). Embora com os entraves, acreditamos que, ao longo do ano, tenderemos a estreitar as relações com os estudantes e propiciar momentos agradáveis e instrutivos.