Relatório dos experimentos “Tateando” e “Ossos”
A experiência com o sexto ano foi realizada no salão, onde estavam também as turmas do sétimo e oitavo ano.
A participação da professora foi pouco, restringindo-se a questões relacionadas com a disciplina dos alunos. Mesmo assim, alguns alunos ainda causaram bastante no que diz respeito a organização da sala, necessitando de uma maior intervenção da professora.
O experimento tinha por objetivo fazer os alunos refletirem acerca do que é usado por nós para sentirmos sensação de quente e frio e de pressão.
A participação dos alunos foi bastante significante em todos os aspectos. A impressão que ficou-nos, desde a primeira experiência que realizamos nesta sala é que agora, com o tema relacionado aos sentidos físicos eles parecem estar mais envolvidos na questão problematizada. Quando trabalhamos com imãs, seja porque eles não estivessem vendo este tema nas aulas ministradas ao longo da semana (esta é uma informação que não temos, assim ele cabe aqui apenas como uma hipótese), ou seja, porque os experimentos remetiam a questões mais complexas, como a noção de campo, que eles provavelmente não estavam acostumados a lidar, a participação deles era bem menor, tanto na realização do experimento como no envolvimento com as questões propostas e com o preenchimento do roteiro.
Esta observação nos faz pensar um pouco sobre as teorias que estudamos em sala de aula. Piaget nos fala de que não adianta queremos trazer aos alunos determinados conceitos caso eles não tenham atingido o grau de abstração adequado para o entendimento daquele conceito. Os alunos, naquele momento, pareceram-me não ter o grau de abstração adequado para a compreensão daquilo que queríamos passar a eles. Diante disso, fica aqui uma proposta, levar este tema para séries mais altas, como o sétimo e o oitavo ano.
Acerca do experimento realizado em sala, a compreensão dos alunos foi bastante boa em vários aspectos. Tanto nos roteiros entregues quanto na sala de aula foi possível perceber que eles já tinham estudado esse tema em sala (a professora de fato confirmou isso).
Quando interrogados acerca de como eles descobriram o que havia na caixa, eles associaram vários aspectos como tipo de superfície, aspereza, tamanho, temperatura. Associando esses pontos com o nosso tato. Relataram ainda que além de tudo isso, certamente a memória e o conhecimento prévio que temos das coisas com que lidamos no dia-a-dia também foram usados. Seria impossível identificar um objeto que nunca tivéssemos visto.
No que diz respeito a segunda parte do experimento, onde eles deveriam identificar as regiões mais sensíveis do corpo a temperatura e pressão, eles também apresentaram um bom envolvimento. Seja por meio de indagações como: Qual a diferença do dorso da mão e da ponta do dedo, para sentirmos pressões diferentes como foi relatado pelos integrantes do grupo? Ou por meio dos estudos que eles já vinham fazendo nas aulas de ciências, eles conseguiram associar a existências de maior quantidade de células nervosas responsáveis pela percepção da pressão e da temperatura em determinadas regiões do corpo.
Alguns alunos, nos roteiros entregues, conseguiram extrapolar para a importância da existência destas células, a importância de sentirmos dor, indicando assim que algo esta errado em alguma região do corpo.
A experiência com a sétima série, realizada em uma sala separada e com grande envolvimento da professora, tentando ajudar no que lhe fosse possível, haja vista que a área dela é artes, em contraponto com relatada primeiramente, foi bastante trabalhosa.
Essa foi nosso segundo contato com a sala, assim ainda não conseguimos criar nem estratégias para trabalhar com a turma nem um grau de amizade com os alunos, como tem ocorrido com o sexto ano. Trata-se de uma sala que fala muito e é muito ativa, por mais que estejamos em uma sala com uma única turma, o diálogo dentro da sala de aula é quase impossível, o que compromete bastante o andamento da atividade. Além do mais os alunos oferecem uma resistência grande a realização da experiência proposta. Preencher o roteiro é “utopia” neste momento.
Conversando com a professora, ela comentou que de fato trata-se de uma sala trabalhosa e que a melhor opção seria criarmos primeiro um grau de amizade com os alunos, talvez assim eles se mobilizariam a fazer as atividades propostas em maior número.
Mesmo diante deste quadro bastante complicado e cheio de variáveis, comparando a ultima experiência feita com eles com a desta semana, foi possível notar um avanço. Em média cerca de dois alunos por grupo se mobilizaram a fazer o experimento e a responder os roteiros. Além do mais, como a proposta do experimento lidava com questões relacionadas ao cotidiano deles, esses poucos alunos conseguiram um bom entendimento, no sentido de que destacaram a importância dos ossos como uma estrutura para o corpo, além da produção de células sangüíneas na medula, que é interna ao osso. Além do mais, conseguiram relacionar as três camadas dos ossos com os bloquinhos que levamos e a importância de termos essa variedade, principalmente quando observaram o comportamento dos bloquinhos na vasilha com água. Relatando que se, por exemplo, nossos osso fossem todos do tipo bloquinho C (mais pesado), nosso corpo seria muito pesado e dificultaria a mobilidade, por outro lado se todos os ossos fossem da pedra pomes, eles seriam muito quebradiços.
Diante deste quadro, cabe a nós pensarmos novas estratégias para tornarmos nossas atividades nesta turma o mais atrativo possível a eles, para que eles se mobilizem na realizaram das atividades.
|