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Relatório de Práticas de Ensino - Primeira Atividade – 14/04/2010
Diogo dos Santos
Rafael Hanashiro
Atividade: Identificando Forças Verticais
Descrição
Na nossa segunda ida à escola foi mais cômoda, pois já tínhamos noção do caminho a ser traçado, e isto mostra a importância de haver uma primeira visita sem compromisso com a escola para conhecer estes pontos básicos.
Quando chegamos à escola encontramos uma grande dificuldade: o portão estava fechado e o interfone da Secretaria não estava funcionado. Tivemos que esperar uma aluna se aproximar do portão e pedir para que ela chamasse alguém para nos atender. Após dez minutos chegou uma coordenadora para permitir nossa entrada.
Entramos na escola no horário do intervalo dos alunos. O pátio estava bastante movimentado, mas nada de surpreendente ocorreu: aparentemente era uma escola tranquila.
Encontramos com a professora Rosani e fomos ao laboratório preparar os materiais para a atividade a ser realizada com a primeira turma, 2ºG. Separamos os materiais em cada bancada e aguardamos a chegada dos alunos.
Ao entrar, os alunos se organizaram em grupos de até seis pessoas. A professora então comentou o que seria a atividade e pediu para que eles começassem o mais breve possível para que fosse possível a realização da atividade completa dentro do tempo da aula que é de apenas cinquenta minutos.
No começo os alunos se restringiam a apenas fazer questionamentos à professora e nós ficávamos apenas de espectadores. Mas após transcorrido dez minutos da aula, a professora pediu aos alunos que também solicitassem a nossa ajuda. Após um tempo os alunos se sentiram mais a vontade de tirar dúvida com nós e a interação se intensificou, sendo bastante proveitosa para nós esta primeira atividade.
A maioria dos grupos não conseguiu terminar a atividade proposta, deixando os itens (4) e (5) do roteiro incompletos ou em branco. A dificuldade maior esta atividade foi quanto às forças elétrica e magnética, pois eles não haviam tido contato com este tema ainda. Por isso, esta etapa pegou boa parte do tempo da aula, pois passávamos pelos grupos tentando explicar de forma simplória a natureza de tais interações.
A primeira aula terminou sem problema algum. Novamente arrumamos a sala para a próxima turma, 2ºB. Esta tinha um número menor de alunos em relação ao 2ºG, o que proporcionou uma maior mobilidade de nós entre os grupos. Igualmente à aula anterior, a professora apenas citou o propósito do experimento e pediu para que eles iniciassem a atividade.
Durante esta aula, a professora precisou ficar ausente por volta de dez minutos (para passar uma atividade em outra sala, a fim de adiantar a aula), nos deixando a sós com a turma. Esta se comportou normalmente, mostrando um grande empenho e preocupação em realizar o experimento.
O desenrolar da aula foi parecido com a anterior: conforme os alunos iam fazendo a atividade, eles nos questionavam e tiravam as dúvidas que iam surgindo. Também demonstraram dificuldade quanto às forças elétricas e magnéticas. Novamente o tempo não foi suficiente para a conclusão total da atividade.
Durante as duas turmas, percebemos que não ocorreu uso indevido dos materiais: bola de gude, elástico, pedaços de papel, bexiga.
É interessante comentar que a professora havia aplicado a atividade nas salas anteriores que não possuíam estagiários, mostrando assim o grande interesse que a professora tem na realização destes experimentos nas suas aulas.
Antes de irmos embora, passamos na Secretaria e novamente tivemos problemas em registrar a nossa presença no horário em que estávamos estagiando. Deixamos os Termos de Compromisso, mas a secretária informou-nos que só poderíamos registrar nossa presença depois que o vice-diretor colocasse nossos nomes no caderno de registro, mas ele só poderia nos atender após as 16:00.
Impressões Pessoais:
Como cada integrante teve uma impressão diferente quanto à atividade aplicada, achamos necessário dividir esta seção em duas, uma referente a cada estagiário.
Diogo:
A atividade me surpreendeu, pois eu achava que não conseguiríamos realizá-la por motivos de indisciplina. Mas não foi isto que aconteceu. A professora responsável pela sala deixou-nos bem à vontade para interagir com a sala, que por sinal foi muito positiva. A primeira impressão que tive quanto ao estágio foi bem diferente da que eu havia imaginado e suponho que tudo correu bem por ser algo novo aos alunos de ambas salas, já que segundo os alunos, eles não tiveram atividades experimentais nos anos anteriores.
Outro fato que me surpreendeu foi a primeira pergunta que um dos alunos me fez: “O que é física quântica?” Esta pergunta espelha bem que os alunos pelos menos está por dentro dos assuntos que atualmente se está discutindo dentro da física. Infelizmente muitos destes assuntos que despertam o interesse dos alunos não são tratados nas aulas.
Quanto à indisciplina não teve problemas, pois todos os alunos estiveram empenhados na realização do experimento e ficaram bastante entretidos, possivelmente por esta aula ser diferente das que eles estavam acostumados. A maior dificuldade que tive foi quanto às explicações dos conceitos envolvidos ao longo do roteiro da atividade. Neste havia forças de diferentes naturezas e percebi que os alunos sentiram-se um pouco perdidos, principalmente quando entrava na jogada as forças elétricas e magnéticas. Foi difícil tentar explicar estas sem utilizar os termos que usamos normalmente em nosso curso de forma que eles entendessem convenientemente.
Deu para sentir que ao se trabalhar com experiências que estejam vinculadas com as teorias vistas em sala, os alunos participam mais, fazendo vários tipos de perguntas que normalmente não apareceria numa aula tradicional.
Porém é preciso ressaltar que houve muita dificuldade por parte dos alunos no sentido de relacionar a teoria com o experimento. Num primeiro momento, pareceu até que para eles era uma nova matéria. Devido a isto, a professora, meu companheiro de estágio e eu tivemos que intervir nos grupos para tentar buscar os conceitos das aulas e aplicá-los no experimento.Um equívoco bastante recorrente que presenciávamos enquanto dialogávamos com os grupos era a identificação da força normal. Na maioria das vezes, eles sempre associavam que a força normal era uma força sempre voltada para cima e que sempre atuava no objeto, mesmo que este esteja suspenso no ar. Porém, a nossa intervenção neste erro foi suficiente para que os alunos compreendessem que a força normal sempre estava presente quando o objeto encontrava-se em contato com uma superfície, seja ela a mesa ou parede.
Outra dificuldade que percebi estava relacionada com a representação do diagrama de forças. Era comum eles perguntarem “onde eu desenho a ponta da flecha”, “a seta é para baixo ou para cima”, “o tamanho da flecha influencia em algo”. A partir de conversas, aos poucos as idéias foram se sedimentando e eles foram lembrando das aulas, pois eles mesmos relatavam que a professora havia discutido tais assuntos em aula. Mas a maior dificuldade ficou por conta do experimento com a bexiga. Eles não compreendiam direito o porquê a bexiga atraía os papéis apenas esfregando-a na blusa ou no cabelo. Aliás, gostaria de propor uma mudança no roteiro: ao invés de bexiga seria mais conveniente usar uma régua de acrílico, pois alguns grupos não realizaram esta parte do experimento por não conseguirem fazer com que a bexiga ficasse eletrizada. Para um dos grupos propus fazer o experimento com a régua, sendo possível então perceber tal fenômeno. Os outros grupos que não conseguiram eletrizar a bexiga responderam às questões apenas imaginando a situação e acreditando no que descrevíamos.
A maioria dos grupos não conseguiu realizar a atividade por completo, talvez sendo preciso que esta seja reduzida ou dividida em duas partes.
Como último comentário, gostaria de dizer que presenciei muitas vezes os alunos tirando conclusões equivocadas a partir do que viam. Isto mostra a fragilidade que alguns experimentos qualitativos apresentam. Mas para que isto não ocorra frequentemente, é necessário que estejamos sempre alerta na aplicação de atividades com esta característica e não deixar com que os alunos trabalhem sempre sozinhos, mas sim observando-os. Afinal de contas, o experimento é algo bastante importante para o aprendizado dos alunos e não pode ser uma atividade que os atrapalhe.
Rafael:
Senti me muito à vontade de trabalhar no laboratório com os alunos, a professora e o parceiro de estágio. Apesar dessa tranquilidade na atividade, houve também algumas dificuldades relacionadas tanto a mim quanto aos alunos.
Como o tema tratava sobre diferentes tipos de forças, entre elas a força elétrica e magnética, sendo que os alunos ainda não viram tal conteúdo, foi complicado falar sobre tal assunto. Mais especificamente, explicar a força magnética é um tanto quanto complexo e cauteloso, pois exige uma certa abstração como também o uso de termos mais científicos, o que dificulta a compreensão do aluno. Logo, o aluno utiliza apenas o que precisa para fazer o experimento, ou seja, saber como está aplicado à força. Tive, portanto, dificuldade em realizar a transposição didática em algumas explicações.
Na teoria as situações são modeladas às nossas condições, sendo que na realidade os efeitos dos fenômenos físicos são influenciados por diversos fatores. Com base nisso foi muito perceptível que no experimento nem tudo sai como esperado. Por exemplo, o papel picado não cai certinho na vertical, assim como o papel não gruda na bexiga. E então, você pode explicar com detalhe sendo que ficaria complicado para o aluno entender, ou você pode simplesmente falar para desprezar alguns efeitos. Não sei qual seria o mais correto, mas foi interessante que essa situação ocorresse.
Percebi que alguns alunos tiverem dificuldade em identificar a Normal. Durante o questionamento, era perceptível em suas falas que a normal estava associada apenas com a direção vertical.
Outra dificuldade que os alunos possuem é a construção dos diagramas. O vetor força é desenhado fora do ponto de aplicação, às vezes com sentido invertido, as intensidades em alguns momentos são desprezadas. Apesar disto, na aula que a gente assistiu, a professora desenhava o diagrama de maneira correta e bem clara.
Senti que em alguns grupos o andamento do experimento era mais devagar, por outro lado tiravam mais dúvidas. Há também alunos mais práticos com maior facilidade em conduzir os experimentos. Mas, a maioria dos grupos ao conseguiram realizar todas as etapas propostas. Portanto, a extensão do experimento e o tempo disponível não seriam compatíveis neste ponto de vista.
Apesar dessas dificuldades os alunos se mostraram empenhados e nos questionavam quando dúvidas surgiam. Porém, outros alunos acharam um pouco confuso, e não estavam conseguindo associar a teoria à pratica. Tenho a impressão que a experiência na escola está sendo muito válida, antecipando algumas situações que encontraremos na rotina de professor.
Comentários sobre o registro dos alunos:
Número total de grupos, juntando as duas salas: 13 (treze)
2. Bexiga e papel:
Em geral, todos os alunos identificaram a força de resistência do ar e a força peso dos pedaços de papel. Um caso apresentou no diagrama de forças, enquanto o papel estava caindo, uma força normal N, associada ao atrito voltada para cima e uma outra força de atrito fat com o sentido para baixo e ainda uma força peso “empurrando” o papel para cima. Quanto ao tamanho das setas que representam as forças, um grupo desenhou a força de resistência do ar maior que a força peso.
Quanto os pedaços de papel sobre a mesa, três grupos não analisaram ou não desenharam esta situação e um desenhou apenas o papel e não identificou alguma força, apenas desenhou uma flecha indicando a frase “não há tanto atrito” (não conseguimos entender o que o grupo tentou expressar). Um caso totalmente diferente identificava no diagrama tanto a força peso quanto a força gravitacional.
Todos os grupos identificaram a força elétrica agindo sobre o papel e que ela era a responsável por fazer o papel subir. No caso em que o papel fica grudado, apenas um grupo identificou a força normal à superfície da bexiga sendo para cima, algo bastante comum, pois muitos alunos associam que a força normal sempre está para cima. Três grupos não fizeram o diagrama de forças enquanto o papel está grudado à bexiga.
Durante a subida dos pedaços de papel, um grupo se preocupou em representar a força de resistência do ar sobre os papéis. Três situações ignoram a presença da força peso enquanto os papéis são atraídos pela bexiga.
Um grupo elaborou uma hipótese quanto à atração do papel pela bexiga: “O atrito com a roupa, deixa a bexiga quente, fazendo com que haja força elétrica, que é onde grudam os papéis na bexiga”. Desta maneira, vemos que, para este grupo, o experimento foi capaz de estimular os alunos a pensarem e a elaborarem uma justificativa para a atração dos papéis e a origem da força elétrica.
Como uma forma de mostrar a dificuldade de se trabalhar um tema que os alunos ainda não viram em sala de aula, temos um caso onde os alunos citaram que os elétrons podem ser positivos ou negativos.
Em seis casos, os alunos responderam explicitamente quanto a importância de se considerar o tamanho das setas enquanto fazem o diagrama de forças.
3. Ímãs:
Dois grupos não conseguiram fazer esta parte da atividade. Dois grupos representaram no diagrama a força normal enquanto o ímã inferior estava suspenso no ar (depois que saiu da mesa e antes de chegar ao ímã superior). Uma dificuldade que apareceu frequente nesta etapa foi identificar a ação mútua da força magnética entre os dois ímãs: cinco grupos identificaram a força magnética apenas no ímã que se movimentou. É possível supor, que desta maneira os alunos estão associando que há força apenas quando o corpo está se movimentando, pelo menos no caso dos ímãs, pois no papel sobre a mesa, mesmo esse estando parado existe a identificação das forças peso e normal. Ou seja, pode ser que os alunos não estejam generalizando os conceitos físicos para os vários sistemas existentes.
4. Elástico:
Apenas quatro grupos conseguiram fazer o experimento que envolveu o elástico e dois grupos chegaram ao término da experiência. Os que concluíram, verificaram que a marca no elástico descia conforme o peso dentro da sacola aumentava, efeito que não foi observado com o barbante.
5. Pense nisso:
Apenas um grupo respondeu a esta questão e conseguiu perceber a eficiência da utilização do elástico para calcular o peso de algum corpo, e possivelmente eles conseguiram associar o equilíbrio entre forças quando estas são equivalentes.
Considerações Finais:
Percebemos que a estrutura do roteiro é um pouco extensa para o tempo de cinquenta minutos de aula. Uma dificuldade bastante presente em todos os grupos foi o entendimento das forças elétricas e magnéticas, cuja origem e compreensão ficaram um tanto quanto “obscuras”, talvez por eles não terem tido contato anteriormente com essas. Por outro lado, há um ponto positivo nesta ideia, pois quando os estudantes entrarem em contato com estes temas no terceiro ano, eles podem se lembrar desta atividade e o contato inicial que tiveram, facilitando talvez o aprendizado.
Sentimos uma dificuldade em dialogar com os alunos sobre os assuntos referentes à física envolvida na atividade, pois não temos uma base ainda de como passar as ideias de uma forma que não fique complicado aos alunos do Ensino Médio, como por exemplo a natureza do magnetismo, a eletrização por atrito, ou seja, sentimos assim a necessidade de haver uma discussão quanto à transposição didática: como explicar fenômenos físicos que vemos ser tão complexos sem usar termos ou “jargões” específicos da área a qual estamos acostumados, sem utilização de palavras como integral, derivada. E uma dificuldade ainda maior é trabalhar com conceitos abstratos que temos em nossa cabeça, mas que não conseguimos trazer para a realidade existente no momento.
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