Relatório de Atividades nas escolas - 9º Experimento

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Nome dos integrantes: Ingrid Morselli e Teresa Sollero
Nome da Escola: Andronico
Experiência: Imãs produzindo luz
Educador: Flávia
Turma: 3ºA e 3ºH
Relatório:

Para este experimento resolvemos elaborar um roteiro um pouco diferente baseado em teorias de ensino por investigação e laboratórios abertos. No início do roteiro apresentamos um breve texto falando da experiência de Oersted e sua importância por relacionar áreas até então desconexas da Física. Depois do texto apresentamos um problema: “Oersted constatou que corrente elétrica produz efeitos magnéticos, será que o processo contrário também seria possível? Será que campo magnético pode gerar corrente elétrica?” Apresentamos brevemente os materiais que seriam disponibilizados e pedimos para que eles formulassem hipóteses e buscassem testá-las com aqueles materiais.


Esperávamos que essa primeira parte da aula fosse um pouco tumultuada, achávamos que seria difícil conseguir um nível de concentração bom, um foco da classe em torno de um texto e a apresentação de um problema coletivo, mas constatamos que em ambas as turmas, não houve qualquer dificuldade nesse sentido. As turmas estavam genuinamente interessadas, focadas, participando. Acho que apresentando o experimento dessa maneira permitimos uma participação maior dos alunos do que nos outros roteiros, mais fechados. O sucesso da aula ia depender muito mais deles, e foi uma agradável ver como eles reagiram positivamente ao nosso implícito "voto de confiança". Nos outros roteiros privilegiamos mais o trabalho em pequenos grupos, neste, tivemos muitos momentos, extremamente produtivos, em que abrimos problemas e discussões para a sala toda. Reconhecemos no entanto que essa abordagem só foi possível pois não havia um grande número de conteúdos a serem passados. A falta de tempo é na nossa opinião um grande obstáculo para propostas de laboratório aberto. Em outros momentos quando tínhamos por objetivo apresentar muitos conceitos isso não seria possível. Acho que com o passar dos roteiros estamos repensando um pouco nossos objetivos e notamos uma tendência nossa em privilegiar cada vez mais profundidade/qualidade sobre quantidade.


Tomamos cuidado na elaboração do roteiro para que ele não fosse “diretivo”. Alguns grupos assim que terminaram a leitura do texto levantaram a mão: “O que é pra fazer ?”. Entendemos que isso ocorre pois eles não estão habituados com atividades mais abertas. Estipulamos uma espécie de quebra de contrato didático. Para cumprir nossos objetivos, não podíamos, de forma alguma, responder prontamente à essas inquietações. Quando chamadas apenas reelaborávamos o problema, perguntávamos: “Como vocês estão tentando?” “Será que não tem uma outra maneira?”, dando assim a oportunidade para que eles construíssem suas respostas e não apenas devolvessem as nossas.


Refletindo sobre os diálogos ocorridos em aula e analisando os roteiros, temos a impressão que todos os grupos atingiram os objetivos propostos: entenderam a experiência de Oersted, levantaram a hipótese de que o processo oposto poderia ocorrer, (imãs gerando corrente), testaram suas hipótese e elaboraram sínteses, conclusões.


Na elaboração do roteiro estávamos um pouco receosas com a possibilidade de conclusões muito “esparsas” na falta de um roteiro mais direcionado. Esse receio não se concretizou. De modo geral, ficamos muito satisfeitas com o resultado da síntese, notamos que a maior parte dos grupos de fato observou como o movimento relativo entre imã e bobina geravam corrente e alguns até mesmo comentaram sobre o funcionamento do LED, porque, dependendo de como moviam o imã as vezes ascendia a LED verde, outras vezes o vermelho. As descrições do experimento variaram um pouco, até porque nem todos os grupos fizeram do mesmo jeito. Alguns jogavam o imã por dentro da bobina, outros apoiavam a bobina sobre a mesa e ficavam subindo e descendo com o imã, etc. Mas acho que todos conseguiram explicar razoavelmente bem o fenômeno ocorrido. Um grupo escreveu energia elétrica no lugar de corrente e não percebeu. Outro escreveu energia, riscou e escreveu corrente por cima. Essa confusão entre corrente e energia elétrica, já foi observada em outros roteiros do começo do ano.


Uma coisa interessante que ocorreu de maneira bastante espontânea em ambas as turmas foi de a tentativa de alunos estabelecerem relações deste experimento com o cotidiano. Na primeira turma um menino perguntou: “legal, mas isso serve para alguma coisa?” Na hora, veio a ideia da hidrelétrica e abrimos a discussão com a classe toda. A Rosane entendia também de usinas eólicas e termoelétricas e comentou que também usavam o mesmo princípio. As turmas pareciam bem interessadas. Por alguns momentos ficamos nos perguntando: “Como não colocamos isso no roteiro! Que deslize!”, por outro lado achei interessante que esse problema veio deles. Talvez se a gente já trouxesse a questão a aceitação não seria a mesma. Na segunda turma pretendíamos retomar a discussão que tivemos com a primeira turma, mas disso uma menina perguntou: “É assim que funciona a hidrelétrica?”, novamente pegamos a pergunta abrimos para a classe. Também nessa segunda turma toda a dinâmica da aula fluiu surpreendentemente bem. Os alunos pareciam se estar genuinamente interessadas, participaram e colaboraram muito para que essa tenha sido uma das melhores oficinas até agora.


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