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Relatórios

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Nome dos alunos: Alexander Rodrigo Arakaki, William Motomitsu
Escola: Thomazia
Periodo: noite
Turmas: 1o Regular
Experiência:
Nome do professor da escola: Silvana
Relatório:

Relatório de atividades do dia 10-08-2010, terça-feira, noturno.

Por motivos de mudança de horários e turmas do colégio a primeira aula da professora Silvana esteve vaga e não foi realizada nenhuma atividade pelo grupo no período das 19-19:45hs.

No período das 19:45 às 20:30hs realizamos a atividade " Via Láctea – A nossa galáxia" com a turma do 1o ano Regular.

A atividade aconteceu em um espaço aberto fora da sala de aula como ato de reivindicação pela professora Silvana da reforma do laboratóriao da escola. O espaço contava com cadeiras e mesas, mas nenhum quadro ou lousa. Começamos com a leitura do roteiro e à medida em que iam surgindo dúvidas dos alunos fomos esclarecendo-as. Logo no início da leitura, fomos perguntados o que era a "Via Láctea". Portanto, o início da aula foi uma abordagem expositiva sobre a via-láctea, a origem do universo e das estrelas. Com o andamento da leitura, precisou-se explicar a definição de "ano-luz". Esta parte da aula tomou algum tempo, mas percebemos que os alunos mostraram-se bastante interessados, participando e respondendo algumas questões apresentadas, e por isso acreditamos que foi bastante produtivo e valioso esse tempo dispendido. A atividade propriamente dita consistiu em desenhar em cartolina a Via Láctea. Todos os alunos apresentaram dúvidas a todo momento sobre como desenhá-la com um raio de 15cm. A professora Silvana trouxe algumas réguas para que os alunos pudessem medir os 15cm de raio. No entanto, após definirmos o que era uma circunferência, um raio e o diâmetro, apesar das explicações de que não era para se desenhar uma circunferência perfeita, e sim uma figura representativa da forma da Via Láctea, os alunos preferiram desenhar as circunferências. Após desenharem as circunferências, a maioria dos alunos perguntaram o que era para fazer depois. Muitas dúvidas eram se os 15cm de raio referiam-se à parte interior do núcleo da Via Láctea ou todo o contorno, mesmo após explicações de que os 15cm eram uma estimativa aproximada do tamanho do desenho. Os alunos levaram um tempo considerável para desenhar a Via Láctea na cartolina. Alguns conseguiram apenas desenhar a circunferência, mesmo sendo dito que era para se reproduzir a foto que eles tinham da Via Láctea na cartolina. Faltando alguns minutos para o sinal do fim da aula, pedimos que eles localizassem a posição do sol no desenho que eles haviam feito. A maioria preferiu tentar terminar o desenho que haviam começado. Apenas 1 grupo conseguiu rapidamente, fazendo a proporção de que os 30cm de diâmetro de desenho correspondiam aos 90000 anos-luz, achando os 26 anos-luz de distância entre o centro da Via Láctea e o Sol. As demais etapas do roteiro não foram discutidas nem efetuadas.

Eu, Alexander, acredito que os alunos estão muito acostumados a apenas receber instruções detalhadas do que se deve fazer em sala de aula, e não são capazes de apenas livremente desenhar uma imagem da Via Láctea em um processo artístico e criativo. Seguem à risca o que foi pedido e têm medo de não cumprirem todas as etapas. Apenas um rapaz não se prendeu à "fiel" imagem da Via Láctea e rapidamente de forma desinibida desenhou a imagem pedida. Pedir um desenho à mão livre revelou-se um trabalho demasiado árduo para os alunos. A educação escolar têm inibido os alunos de pensarem e agirem por si próprios, criando uma massa de pessoas que recriam apenas exatamente aquilo que se pede, com medo de errar. A escola têm tirado a liberdade de expressão das pessoas, também sua criatividade e senso crítico. É uma fábrica de pessoas neuróticas. Não é à toa que ninguém gosta de ir à escola e preferem arrumar desculpas para não entrar na sala de aula. Fiquei extremamente chateado com o que presenciei, e me indaguei se isso aconteceu porque era uma aula de física e não de educação artística. Indo mais além, pergunto-me se é possível criar atividades experimentais mais abertas, sem roteiros, onde o aluno cria seus próprios procedimentos. Nesta atividade de estágio percebi que é necessário mudar drasticamente o ensino. Não sei se é possível apenas a partir do 1o ano do ensino médio criar condições que permitam ao aluno desenvolver sua criatividade ou se isso deve mudar desde os primeiros anos da educação escolar. Para se formar cidadãos com voz ativa é preciso desenvolver sua iniciativa e criatividade, abrir mais espaço para o aluno se expôr e não fazê-lo obedecer e aceitar o que está sendo dito.

Observações adicionais:
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