Relatórios
Nome dos alunos: | André Batista e Nathan Rabinovich |
Escola: | Amorim |
Periodo: | |
Turmas: | Quinta e Oitava |
Experiência: | |
Nome do professor da escola: | Marimar e Liete |
Relatório: | <!-- @page { margin: 2cm } P { margin-bottom: 0.21cm } -->
Amorim Lima - Experimentos de quinta e oitava séries, 23 de agosto.
O experimento que realizamos com os alunos da oitava série, de título Resistência do que?, se tratava basicamente de uma discussão sobre a resistência do ar na queda dos objetos. Já com a quinta série, o experimento proposto tinha como tema a mudança de estado físico da água (título Mudança de fase da água). Ambos os roteiros não eram extensos, o que nos possibilitou reservar momentos para discussão em conjunto. Em suma, os estudantes da oitava conseguiram realizar todos os exercícios propostos no roteiro, e trouxeram problematizações e provocações que estimularam conversas e discussões sobre o assunto. Com a quinta série o resultado foi longe do esperado; houve problemas com o aquecimento da água, que acarretaram num atraso geral, sendo que poucos completaram o roteiro A turma da oitava estava um pouco mais “animada”, se compararmos os ânimos antes e depois das férias; isto contribuiu para uma fluidez interessante da aula-experimento. Não tivemos problemas de dispersão ou indisciplina com esta turma; os grupos com alunos pouco interessados ou que não se dedicavam não atrapalharam os alunos interessados, e atendemos todos os cinco grupos com facilidade. Os estudantes da quinta série estavam muito mais animados que os da oitava, tanto quanto antes das férias, no entanto isto contribuiu negativamente para o andamento da aula. Havia uma quantidade maior de alunos, se compararmos com a quantidade da oitava, e de início tínhamos sete grupos montados. Devido a falta de equipamentos, a saber, as caixinhas de leite (latinhas, como proposto no roteiro), tivemos que juntar grupos de modo que tivéssemos quatro grandes grupos; dessa forma, cada grupo trabalharia com uma caixinha. No entanto, isto logo se mostrou ter sido uma péssima idéia: alguns grupos ficaram muito numerosos, e isso trouxe uma indisciplina enorme por parte dos alunos. Sem contar ainda que em alguns grupos haviam alunos X que não se davam bem com alunos Y, de forma que o trabalho do exercício nesses praticamente não existiu. A participação destes grupos na aula se limitou as pequenas discussões em conjunto e nas observações conjuntas dos termômetros. Outra questão que exigiu muito nossa responsabilidade foi a fiscalização sobre o uso dos instrumentos pelos alunos, em especial a lamparina. Não permitimos ninguém manejar a caixa de fósforos, os termômetros e, claro, o reservatório de álcool. No entanto, achamos importante tentarmos fiscalizar cada grupo na parte do aquecimento da água, pois muitos alunos se sentiam seduzidos a fazer malabarismos com a lamparina acesa; em outros casos, os alunos se sentiam temerosos com a chama, e nestes reservamos uma atenção especial. Com a oitava série não tivemos problemas com o equipamento em si: como sugerimos na monitoria, a parte do experimento com as lâminas nos pareceu inviável. Dispúnhamos de dois tipos de caixinhas de fósforos, sendo que em um havia pesos (pedaços de vela). Os alunos deveriam verificar qual caixinha cai primeiro, e se o resultado tem relação com os pesos. Um problema se deu nesta parte, pois os estudantes não soltavam as caixinhas ao mesmo tempo (o atraso às vezes era perceptível e motivo de risadas pelos colegas de classe - e dos monitores também), e isto trazia conclusões não esperadas (de uma cai antes da outra). A discussão se tornava presa a um dilema – como convencê-los que as caixinhas deveriam cair ao mesmo tempo, sendo que o exercício empírico parecia dizer outro resultado? Apelamos para uma alternativa: pedimos para que distinguissem as quedas pelo barulho do impacto da queda. Isto ajudou um pouco, e muitos concordaram com a queda simultânea. Com a primeira parte do experimento, a queda da folha e da bolinha de papel, concluíram com uma certa facilidade que a diferença no tempo de queda se dava pela resistência do ar – e mais, alguns conseguiram relacionar com a área de contato do objeto em queda. Surgiram algumas discussões extras que se estenderam até o término da aula, como o vôo do helicóptero e dos passarinhos, o pára-quedas, etc. No geral, acreditamos que foi uma aula satisfatória e que os alunos puderam aproveitar muito com as discussões e com o roteiro. Como já dissemos, o experimento da quinta série foi em parte comprometido pela falta de reservatórios de água (caixinhas de leite), dos quais tínhamos apenas quatro. Não tivemos nenhum outro problema relacionado com a falta de equipamentos (não consideramos a falta de termômetros, pois achamos melhor que nós manuseássemos o aparato para os alunos). Houve um grande problema em realizar o aquecimento da água, tendo em vista que as caixinhas, nos pareceu, estavam prestes a queimar e então se romper. Mesmo com uma quantidade mínima de água, tínhamos este receio. Mas esta parte do experimento não foi prejudicada e os estudantes em todos os grupos conseguiram enxergar o vapor d'água saindo da caixinha. Na etapa seguinte, que consistia de selar os copos com água aquecida com papel transparente, alguns empecilhos apareceram: a temperatura da água após o aquecimento não estava tão alta (os grupos tiraram valores próximos de 60 e 70 graus Celsius), sendo assim, o efeito de condensação não era muito perceptível em alguns grupos. Nos melhores casos, algumas gotículas apareciam na superfície interna do papel transparente, e fizemos então uma analogia com o refrigerante recém-tirado da geladeira em contato com o ar quente. Em resumo, a aula não pode ser bem trabalhada dada a inquietação geral dos grupos e dos problemas com os equipamentos do experimento. Consideramos que a aula-experimento foi insatisfatória e que somente alguns poucos alunos realmente aproveitaram a discussão proposta pelo roteiro.
Como conclusão geral, defendemos que as aulas ministradas na escola Amorim foram regulares e limiarmente satisfatórias no sentido de aproveitadas pelos estudantes. Deixando de lado os problemas de indisciplina e equipamentos, acreditamos que a proposta incomum e inovadora trazida pela escola trás situações problemáticas muito diferentes daquelas vividas por nós (monitores) em nossa épocade escola. A concepção epistemológica inerente nas práticas da escola tem traços característicos do Construtivismo. A postura pedagógica dos professores, nessa concepção, se baseia na idéia de aprendizagem do aluno através de seus níveis psicogenéticos - em resumo, trata-se da concepção na qual o aluno aprende através da empiria, sendo a aprendizagem governada por seu "relógio biológico". Talvez a maior estratégia desta postura seja o uso excessivo de analogias e a opressão do pensamento puramente abstrato, em prol do desenvolvimento de ma espécie de "linguagem" interna e única dentro do estudante, em cima da qual ele construiria seus conceitos a partir das experiências com o mundo. Acreditamos que, presos numa só concepção que norteia as atividades da escola, pouco podemos fazer para reverter os problemas de falta de interesse e indisciplina. E nem colocamos os problemas estruturais da escola em pauta - as aulas no salão, ao nosso ver, são muito prejudicadas pelo excessivo barulho das outras turmas presentes.
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Observações adicionais: | |