| | Disponível na nova plataforma do Moodle: disciplinas.stoa.usp.br
Docente responsável:
Kai Enno Lehmann Objetivo Governança
global é tema essencial, senão a própria razão de ser, dos estudos das relações
internacionais. As ênfases, ou os focos analíticos sobre governança, variaram
de acordo com realidades vigentes do ponto de vista dos arranjos de ordenamento
internacional. Derivaram desses contextos específicos os estudos sobre ordem
oligopolizada, hegemonia, bipolaridade, unipolaridade etc. No
início do século XXI consolida-se a percepção, entre estudiosos e tomadores de
decisão, de que a multipolarização do sistema internacional deixa de ser um
cenário prospectivo e passa a ser uma realidade. Neste contexto torna-se
inexorável o redirecionamento do foco analítico dos estudos sobre governança
global para investigações sobre o papel dos regimes e organizações
multilaterais, especialmente sob a ótica do papel das potências emergentes como
atores chave desse novo formato de governança mundial. Além
da desconcentração de poder, a governança global enfrenta o desafio da
amplificação vertiginosa dos temas que passam a ser regulados também no plano
dos regimes e organizações multilaterais. Como resultado, ampliam-se as
demandas para que os estudos de relações internacionais contemplem questões
relacionadas à sobreposição de normas internacionais, à compatibilização entre
as normas internacionais e as regulamentações domésticas, aos efeitos da
interdependência temática (linked issues)
na concepção e gestão de normas internacionais, aos desafios de processos
decisórios multilaterais mais includentes etc. Sem
a pretensão de enfrentar todos os dilemas e desafios acima assinalados, esta
disciplina tem por objetivo apresentar uma revisão sistemática sobre os estudos
que vinculam governança global e regimes/instituições multilaterais. Trata-se
de apresentar o estado da arte dos estudos sobre governança global, em suas
diferentes linhagens teóricas e empíricas. Estrutura O
curso está dividido em duas grandes seções. A primeira parte trata de
apresentar a literatura teórica sobre governança global, principais conceitos e
linhagens teóricas. Ênfase particular será dada à discussão da democracia,
aliada a modelos interpretativos da governança global. A segunda
parte do curso dedica-se a fazer uma grande revisão dos estudos empíricos sobre
governança global e instituições multilaterais. Pretende-se enfatizar tanto os
aspectos substantivos quanto os instrumentos metodológicos mobilizados nas
pesquisas sobre governança global. Avaliação A
avaliação será feita dessa forma: um trabalho escrito (60%), apresentação de um
seminário com entrega de resumo crítico (30%) e participação em sala de aula
(10%). Os
seminários deverão seguir o roteiro apresentado no final deste programa e o
resumo sempre entregue 1 dia antes da aula, a fim de subsidiar a discussão em
sala de aula. O resumo não substitui a leitura dos textos para os demais
alunos. O
trabalho deverá ser entregue até 10 de
julho de 2015, na Secretaria da Pós-Graduação do IRI ou por email:
janonuki@usp.br.
| | | 1 | Parte I Conceitos e
teorias da governança global O
objetivo desta seção é apresentar as principais linhagens teóricas dos estudos
sobre governança global bem como os principais conceitos relacionados ao tema.
Discutem-se aqui os modelos de governança global e conceitos tais como compliance, democratic accountability, enforcement dos regimes, justiça, bens públicos
globais etc. 19 de março de 2015 9:45am – Conferência – Andrew Hurrell (Oxford
University): Global Governance: Can the Centre Hold? Seminário
Internacional USP-Princeton: The International Politics of Economic
Globalization and Emerging Market Economies. Local: Sala da
Congregação – FEA-USP
| 
| | 2 | 26 de março Governança
Global: aspectos teóricos e empíricos Discussão
sobre o surgimento do conceito de governança no campo das Relações
Internacionais, principais enfoques teóricos, debate recente. Apresentação
do programa. Divisão dos seminários. Leituras
obrigatórias: Dingwerth,
Klaus & Pattberg, Philipp (2006). Global Governance as a Perspective on
World Politics. Global Governance – A
Review of Multilateralism and International Organizations, vol. 12, nº 2.
April-June, pp. 185-203. Kacowicz, Arie M. (2012). Global
Governance, International Order, and World Order. Levi-Faur, Dacid (ed.). The Oxford Handbook of Governance.
Oxford: Oxford University Press, pp. 686-698. Leitura
complementar:
Rosenau, James N. (2000). Governance, order, and
change in world politics. Rosenau, James & Czempiel, Ernst-Otto (eds.). Governance without Government: Order and
Change in World Politics. Cambridge: Cambridge University Press, pp. 1-29.
| 
| | 3 | 9 de abril Global Public Goods: escolha pública e
governança global Leituras
obrigatórias:
Carbone, Maurizio (2007).
Supporting or Resisting Global Public Goods? The Policy Dimension of a
Contested Concept. Global Governance – A
Review of Multilateralism and International Organizations, vol. 13, nº 2,
pp. 179-198.
Ruggie, John G. (2004). Reconstituting the Global
Public Domain – Issues, Actors, and Practices. European Journal of International Relations, vol. 10, no4, pp. 499-531.
| 
| | 4 | 16 de abril Ordem e justiça na governança global Leituras obrigatórias: Archibugi, Danielle (2004).
Cosmopolitan Democracy and its critics. European
Journal of International Relations, vol. 10, no 3, pp. 437-473. Held, David (2004). Democratic
Accountability and Political Effectiveness from a Cosmopolitan Perspective. Government and Opposition – An
International Journal of Comparative Politics, vol. 39, nº 2, pp. 364-391.
Hurrell, Andrew (2003). Order and Justice in International
Relations: What is at Stake? Foot, Rosemary, Gaddis, John L. & Hurrell,
Andrew (eds.). Order and Justice in International Relations. Oxford: Oxford
University Press, pp. 24-48.
| 
| | 5 | POLÍTICAS PÚBLICAS E INSTITUIÇÕES Esta parte do curso pretende discutir a governança global do ponto de vista da escolha pública (public choice) e da institucionalização da ordem internacional. As instituições internacionais têm sido o locus de pressões para a redução de um déficit democrático nas relações internacionais. Esta seção do curso é dedicada a analisar as principais organizações internacionais da ótica da governabilidade do sistema internacional e do seu papel como promotoras da democracia. Supõe-se também um exame do processo decisório das organizações internacionais. 23 de abril Governança Global e déficit democrático Leituras
obrigatórias: Dahl, Robert (1999). Can International Organizations
Be Democratic? A Skeptic’s View. Shapiro, Ian & Hacker-Cordon, Casiano
(eds.). Democracy’s Edges. Cambridge:
Cambridge University Press, pp. 19-40. Keohane, Robert; Macedo, Stephen & Moravcsik,
Andrew (2009). Democracy-Enhancing Multilateralism. International Organization, vol. 63, no 1, Winter, pp.
1-31. Moravscik, Andrew (2004). Is There a ‘Democratic
Deficit’ in World Politics? A framework for Analysis. Government and Opposition Opposition – An International Journal of Comparative
Politics, vol. 39, no 2, pp. 336-363.
| 
| | 6 | 30 de abril Governança global: participação e esfera
pública Leituras
obrigatórias: Nanz, Patrizia & Steffef, Jens (2004). Global
Governance, Participation and the Public Sphere. Government and Opposition – An International Journal of Comparative
Politics, vol. 39, no 4, pp. 314-335. Scholte, Jan Aart (2004). Civil Society and Democratically Accountable Global Governance. Government and
Opposition – An International Journal
of Comparative Politics, vol. 39, no 4, pp. 211-233.
Zürn, Michael (2004). Global Governance and Legitimacy
Problems. Government and Opposition– An International Journal of Comparative Politics, vol. 39, nº 4, pp. 260-287.
| 
| | 7 | 7 de maio Governança global, instituições
multilaterais e impacto doméstico Leituras
obrigatórias: Drezner, Daniel W. (ed.) (2003).
Introduction: The Interaction of International and Domestic Politics. Locating the Proper Authorities: The
Interaction of Domestic and International Institutions. Ann Arbor: Michigan
University Press, pp. 1-22. Grant, Ruth & Keohane, Robert
(2005). Accountability and Abuses of Power in World Politics. American Political Science Review, vol. 99 nº 1, pp. 29-43.
Kahler, Miles (2004). Defining accountability up: the
Global Economic Multilaterals. Government
and Opposition – An International Journal of Comparative Politics, vol. 39,
nº 2, pp. 132-158.
| 
| | 8 | Estudos empíricos sobre governança
global e regimes multilaterais Revisão
dos estudos empíricos sobre
governança global e regimes multilaterais. Os estudos serão escolhidos com base
em dois critérios principais. O primeiro é o escopo (estudo de caso, comparado
com número médio de casos e comparado com número grande de casos). O segundo é
substantivo, de forma que haja uma boa distribuição temática (meio ambiente,
direitos humanos, comércio e segurança internacional). Para
cada regime, a apresentação deverá abranger a agenda do regime; o processo
decisório; o contexto e o jogo de forças por meio de atores e coalizões. Segue-se
então a apresentação sobre o modo como o estudo foi feito, desenho de pesquisa
adotado, achados principais e discussão analítica. 14 de maio Meio ambiente Bättig, Michèle B. & Bernauer, Thomas (2009).
National Institutions and Global Public Goods: Are Democracies More Cooperative
in Climate Change Policy? International
Organization, vol. 63, nº 2, pp. 281-308.
Breitmeier, H., Young, O. &
Zürn, Michael (2006). Sources of Compliance with International Regimes. Analyzing International Enviromental
Regimes: From Case Study
to Database. The MIT Press: Cambridge, pp. 63-112.
| 
| | 9 | 21 de maio Comércio Internacional Goldstein, Judith L.; Rivers, Douglas & Tomz,
Michael (2007). Institutions in International Relations: Understanding the
Effects of the GATT and the WTO on World Trade. International Organization, vol. 61, nº 1, pp. 37-67.
Steinberg, Richard (2002). In the Shadow of Law and
Power? Consensus-Based Bargaining and Outcomes in the GATT/WTO”. International Organization, vol. 56, nº
2, pp. 339-374.
| 
| | 10 | 28 de maio Direitos humanos Neumayer, Eric (2005). Do International Human Rights
Treaties Improve Respect for Human Rights? The
Journal of Conflict Resolution, vol. 49, nº 6, pp. 925-953.
Vreeland, James Raymond (2008). Political Institutions
and Human Rights: Why Dictatorships Enter into the United States Convention
Against Torture. International
Organization, vol. 62, pp. 65-101.
| 
| | 11 | 11 de junho Segurança internacional Rathbun, Brian
C. (2011). Before Hegemony: Generalized Trust and the Creation and Design of
International Security Organizations. International Organization, vol. 65, nº
2, Spring, pp. 243-273. Krause, Keith & Williams, Michael C. (1996).
Broadening the Agenda of Security Studies: Politics and Methods”. Mershon International Studies Review,
40, pp. 229-254.
| 
| | 12 | REFERÊNCIAS COMPLEMENTARES Barnett, Michael & Duvall, Raymond (eds.). Power in global governance. Cambridge: Cambridge Univesity Press, 2005. Goldstein, Judith, Kahler, Miles, Keohane, Robert and Salughter, Anne-Marie (eds.), Legalization and World Politics. Cambridge: MIT Press, 2001. Held, David & McGrew, Anthony. (eds.). Globalization Theory: Approaches and Controversies. Cambridge: Polity, 2007. James Muldoon, Jr. The architecture of global governance. Boulder, CO: Westview, 2004. Jönsson, Christer & Tallberg, Jonas (eds.). Transnational Actors in Global Governance. New York: Palgrave Macmillan, 2010. Prakash, Assem & Jeffrey A. Hart (eds.), Globalization and Governance. London and New York: Routledge, 2000.
| 
| | 13 | ROTEIRO PARA APRESENTAÇÃO DA RESENHA DOS SEMINÁRIOS Haverá sempre um grupo responsável por organizar e dar início à discussão que deverá preparar um resumo crítico dos textos a serem debatidos, de no máximo 4 páginas em Times New Roman 12, espaço 1,5. Esse resumo crítico (roteiro abaixo) deverá ser enviado para todos os colegas, dois dias antes do seminário. A discussão começará com a apreciação do resumo crítico e continuará com o debate entre todos os participantes. Todos os alunos devem ler os textos e participar da discussão. 1. Tema 2. Tese defendida 3. Argumentos usados para defender a tese 4. Principais conclusões 5. Comentários e críticas
| 
| | 14 | Não disponível | 
| | 15 | Não disponível | 
| | 16 | Não disponível | 
| | 17 | Não disponível | 
| | 18 | Não disponível | 
| | 19 | Não disponível | 
| |
| |