Introdução

1. Problemas na recepção da música de Villa-Lobos;
2. Nacionalismo x Modernismo e suas dicotomias na obra villalobiana;
3. Estratégias analíticas equivocadas;
4. A literatura sobre Villa-Lobos até os anos 1980;
5. A avaliação dos músicos nacionalistas e dos vanguardistas (1940-70).
6. Datação de obras.
7. Erros editoriais.
8. Comparações com Stravinsky.
9. Contribuições de Mario de Andrade, Manuel Bandeira, Mariz, Souza Lima, Nogueira França, Nóbrega, Neves, Estrella, Kiefer, Peppercorn.
10. A série “presença de Villa-Lobos”.
11. Uma reavaliação estética e analítica.
    

1º Tópico: Revisão da literatura villalobiana

Construção de uma “imagem oficial”: Mariz, Nóbrega. (GUÉRIOS, 2003, pp. 16-36)
Problemas comuns à música do Séc. XX: prática X teoria.
Mario de Andrade e as concepções nacionalistas.
Nacionalismo X Modernismo
Wisnik (2004, pp. 130-152): o nacional e o popular.
Formulações transitórias e definitivas: Mariz, Estrella, Tarasti, Nóbrega, Neves. (KUHN, 2007, pp. 147-174)
Gilberto Mendes (1975): a vanguarda revisita Villa.

Os anos de formação de Villa: 1909-1915

- O Instituto Nacional de Música

- Estréia das primeiras obras sinfônicas e camerísticas

- O contato com Milhaud, Rubinstein, Vera Janacopoulos e o círculo Velloso-Guerra

Páscoa, não houve aulas.

Recomendo a leitura dos textos sobre Teoria dos Conjuntos. As próximas aulas farão uso de conceitos importantes dessa teoria.

Dia 06/04 haverá a defesa da tese de doutorado de Marli Batista Ávila (ver calendário de eventos). Participei da qualificação e recomendo.

As obras executadas durante a Semana de 1922.

- Análise de Danças Africanas por Wisnik (texto disponível em "Arquivos"). Escuta da versão original (piano) e da versão orquestral (por Roberto Duarte). A orquestração enfatizou o caráter mais "brejeiro" da obra, que ao piano soa mais "francesa" (à Debussy).

O surgimento do estilo pessoal de Villa.

- A Prole do Bebê nº 1 (1918): Mulatinha; A pobrezinha. Maior autonomia entre as camadas da textura. Técnica de montagem.

- Chegada a Paris (1923): contato com a Sagração da Primavera (1913) e criação de Noneto (análise).Sagração: apenas nos anos 1940-50 surgiram as primeiras análises mais aprofundadas dos processos composicionais aplicados. Messiaen e Boulez desenvolveram uma teoria para a organização rítmica. Nos anos 1960 começou-se a decifrar a linguagem harmônica. De certa forma, o Noneto de Villa-Lobos já empreende uma espécie de "análise". Em Salles (2009) avalio a estrutura rítmica do Noneto segundo as categorias empregadas por Boulez para a análise d'A Sagração. Em aula, faremos uma análise da estrutura harmônica dos compassos iniciais do Noneto.

Breve introdução sobre a Teoria dos Conjuntos (FORTE, 1973; STRAUS, 1990; OLIVEIRA, 1998). Algumas noções fundamentais para as análises que virão em seguida.

Análise do Noneto (conclusão). Do início ao nº 2.

Como bem disse a Valéria, o site PC Set Calculator quebra um galhão! Aí vai o link: http://www.mta.ca/faculty/arts-letters/music/pc-set_project/calculator/pc_calculate.html#

Feriado Tiradentes, não haverá aulas. Deverei postar uns exercícios para ajudar em relação à Teoria dos Conjuntos. Sugestão inicial: tentem encontrar com auxílio da tabela conjuntos como: 1) tríades Maior e menor; 2) tríades Aumentada e diminuta; 3) escalas Maior e menor; 4) escala pentatônica; 5) escala de tons inteiros, etc.

Conclusão da análise do Noneto.

Explicação: por que as tríades Maior e menor têm o mesmo índice na nomenclatura de Forte: 3-11? Há uma relação de Inversão entre elas. A tríade menor expressa a forma primária do conjunto, pois tem o menor intervalo "à esquerda".

Uma breve análise (e audição) de Amazonas.

A reação de Mario de Andrade a Amazonas (1930), reimpressa em Música, doce música (disponível na pasta de arquivos, em pdf).

A série dos Choros.

Avaliação: além da possibilidade de envio de artigo para a ANPPOM, qualquer outro congresso (como a ABEM) também está valendo. A Luciane mencionou um encontro que haverá em Londrina (setembro), sei de um Congresso de Pós-Graduação que ocorrerá na UNIRIO em Novembro e ainda há também o I Simpósio Internacional para a Pedagogia da História da Música, no CMU de Ribeirão Preto em Agosto (ver detalhes abaixo). Caso contrário, prevalece a tradicional monografia para a disciplina. A entrega fica para Julho.

Dias 2 e 9 de junho não poderei vir às aulas. Há meios de marcarmos reposição para o dia 5 de junho, sábado, pela manhã (9-12h)?

I Simpósio Internacional para a Pedagogia da História da Música

Realização: Departamento de Música de Ribeirão Preto da ECA-USP

Período: 4 a 7 de agosto de 2010

Coordenação: Diósnio Machado Neto (ECA-USP/Campus Ribeirão Preto)

Apresentação

O Departamento de Música de Ribeirão Preto da Escola de Comunicações e Artes (ECA) da Universidade de São Paulo realizará entre os dias 2 e 7 de agosto de 2010, o I Simpósio Internacional para a Pedagogia da História da Música.

Este encontro pretende oferecer uma oportunidade de intercâmbio de experiências profissionais para o ensino de História da Música, incluindo perspectivas teóricas e metodológicas.. Pretende-se também criar canais de comunicação com pesquisadores e professores estrangeiros para discutir os cânones do ensino da disciplina fora do Brasil visando vislumbrar conceitos adotados e como eles respondem às tendências contemporâneas tanto da pedagogia da área como dos discursos musicológicos coevos.

Especificamente o I Simpósio Internacional para a Pedagogia da História da Música pretende discutir as condições atuais do ensino da História da Música nos cursos de graduação, questionando e comparando modelos para as estratégias de ensino. Ademais, o I SIPHM busca uma reflexão sobre a tradição(ões) do ensino de História da Música no Brasil visando estabelecer pontos de articulação para compreender os processos de permanência e ruptura que consubstanciam a própria situação da disciplina nos cursos de graduação. Entre os temas de reflexão propostos, o primeiro é (1) a questão da relação retroativa de Centro e Periferia numa sociedade cada dia mais plural e de valores culturais híbridos visando à discussão dos cânones de ensino da área. Sobre esse ponto, abre-se a discussão para os modelos de incorporação das atuais tendências da musicologia no ensino da História da Música refletindo justamente sobre os problemas dos cânones em face da expressão da diversidade cultural na preparação dos projetos didáticos. Outro tema é (2) a influência das mudanças de paradigma da recepção musical em tempos de internet e como enfrentar os desafios desse novo local de cultura na formação crítica do aluno.

Ademais, o evento pretende alavancar a formação de uma associação da área, para tornar a discussão do ensino de História da Música, e suas atividades de pesquisa, um fórum permanente e mobilizado para o crescimento pedagógico dos professores. Esta atividade ocorrerá no dia 7 de agosto às 15 hs.

Proposição para comunicações

O I SIPHM terá seções de comunicações, onde pesquisadores poderão apresentar trabalhos e considerações sobre a atividade. As comunicações não poderão exceder o tempo de 15 minutos, havendo no final da mesa um período de 30 minutos para debate e perguntas aos expositores.

Os interessados em apresentar comunicações deverão enviar um resumo para o e-mail I.siphm@gmail.com , até o dia 25 de junho de 2010, contendo as seguintes informações, em um único arquivo (programa word):

1) título;

2) autor;

3) endereço eletrônico;

4) instituição de origem;

5) resumo com extensão máxima de 300 palavras;

6) referência bibliográfica com no máximo dez entradas

7) currículo do autor em forma cursiva em um único parágrafo, com até 300 palavras

O resultado será publicado no site do Departamento de Música de Ribeirão Preto - http://www.musica.pcarp.usp.br - no dia 7 de julho de 2010. Nessa data os autores serão informados do resultado por e-mail.

Condições e normas para a proposição de trabalhos

· Serão aceitas propostas em português, espanhol e inglês.

· As propostas aprovadas terão um tempo máximo de apresentação de exposição de 20 (vinte) minutos, seguida de 10 (dez) minutos de debate.

· As despesas de viagem e estadia para a apresentação de comunicações ficarão a cargo de seus autores.

· Os autores das comunicações selecionadas deverão efetuar o pagamento da taxa de inscrição de R$ 40,00 no primeiro dia do evento, em Ribeirão Preto.

Realização :

Departamento de Música da ECA-USP/Campus de Ribeirão Preto

Comissão organizadora

Prof. Dr. Diósnio Machado Neto (Coordenador do I SIPHM)

Profª Drª Sílvia Berg (Supervisora do CMU-RP)

Prof. Leonardo Soares Tramontina (Programa de Pós-Graduação do CMU-ECA/USP)

Comissão Científica e de Leitura

Prof. Dr. Diósnio Machado Neto (USP)

Profª Drª Mônica Isabel Lucas (USP)

Profª. Drª. Maria Alice Volpe (UFRJ)

Profª Drª Lenita Waldige Nogueira (UNICAMP)

Keynotes

Prof. Dr. James Briscoe (Butler University)

Prof. Dr. Juan Pablo González (Pontifícia Universidad Católica de Chile)

Prof. Dr. Mark Evan Bonds (The University of North Carolina)

Caso permaneça o bloqueio do prédio da ECA, devido à greve, faremos nossa aula no prédio do CMU, na sala 13 ou 14.

Na semana passada, além de Amazonas, ouvimos a Dança dos Mosquitos (1922). Na ocasião mencionei algumas semelhanças entre essa obra de Villa-Lobos e a peça Círculos Ceifados (1997) de Rodolfo Caesar. Essa obra eletroacústica de Caesar está disponível no link http://acd.ufrj.br/lamut/cropsite/home.html, onde é possível acessar o texto do compositor e baixar arquivos mp3 com a gravação.

Ouvimos ainda a peça nº 7 (O passarinho de pano) da Suíte A Prole do Bebê nº 2 (1921) onde falamos acerca do canto dos pássaros e das pesquisas de Messiaen e Silvio Ferraz nesse campo.

Mencionei a palestra da Profa. Dra. Maria Alice Volpe (UFRJ) no Simpósio Internacional Villa-Lobos de 2009, onde a pesquisadora comenta uma importante descoberta em um dos manuscritos do compositor. Assistiremos a um trecho com o vídeo de sua palestra no MASP.

Em seguida iremos abordar a série dos Choros, com destaque para o Choros nº 8 (1925).

Precisamos também combinar pelo menos uma reposição de aula para o próximo mês, já que poderemos repor a aula restante simplesmente indo uma semana além do programado.

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Dia 18 estarei na UNIRIO para ministrar uma palestra. Mais detalhes: http://200.156.25.90/this2/page.php?noticia=1273506547&site_id=2

Outro congresso interessante:

6º Encontro de Música e Mídia: “Música de/para”

O Centro de Estudos em Música e Mídia - MusiMid convida pesquisadores, professores, estudantes e artistas a submeterem trabalhos para o 6º Encontro de Música e Mídia: Música de/para, a se realizar nos dias 15, 16 e 17 de setembro de 2010 na Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo.

Nesta edição, o Encontro se dedicará à abordagem da música e suas inter-relações com as linguagens da mídia, tendo como preocupações discutir:

a) se a tecnologia sofre mudanças (e, cada vez, em maior quantidade e velocidade), que transformações se verificam na recepção da produção musical por parte dos ouvintes/espectadores? Quando e de que maneira elas podem ser observadas? E, reciprocamente:

b) posto que a recepção é uma função ativa, que referenciais os ouvintes/espectadores provocam nos emissores da mensagem (produtores, compositores, sonoplastas etc.), e de que forma a produção musical é impactada pela recepção?

Esses e outros aspectos serão abordados no evento de diversas maneiras: em mesas redondas, sessões temáticas, palestras e oficinas. A programação é voltada tanto ao público acadêmico e artístico quanto a demais interessados. Os eixos temáticos propostos são: 1- O artista e a imagem do artista como pólos de informação e difusão da obra; 2- Novas linguagens e novos hábitos de escuta; 3- Música, comunicação e recepção; 4- Música, linguagens sonoras, linguagens audiovisuais e performance ao vivo.

Os interessados em submeter propostas para apresentação deverão enviar um resumo de até 250 palavras, em português, inglês ou espanhol, até o dia 26 de junho de 2010. O resumo deverá ser acompanhado por: nome completo, filiação acadêmica / institucional (se houver), e-mail para contato, 5 a 10 referências bibliográficas e 3 a 5 palavras-chave. A submissão deverá ser feita exclusivamente pelo endereço http://www.musimid.mus.br/6encontro.

Serão aceitos os trabalhos das diferentes áreas do conhecimento que tangenciarem um dos temas do evento e que apresentarem interfaces entre música e mídia. Professores, pesquisadores, artistas e estudantes de pós-graduação poderão participar de sessões de comunicação oral ou audiovisuais; estudantes de graduação, de sessões de pôsteres. As instruções para apresentação, formatação do pôster e envio do texto completo para os Anais serão enviadas posteriormente aos autores de trabalhos aprovados.

Mais informações:

Blog MusiMid: http://www.musimid.mus.br/blog

Hot-site: http://www.musimid.mus.br/6encontro

E-mail: musimid6@gmail.com

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Com relação à réposição, ficou combinado que a aula dos dias 26 de maio e 16 de junho começarão às 8:30 e teremos ainda outra aula adicional no início de julho.

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Na aula passada ouvimos trechos da série dos Choros. O tema nacionalismo veio novamente à baila e mencionei o fato de que para Mario de Andrade a expressão "música popular" não envolvia a música popular urbana, como o samba e o choro. Pode-se ler a respeito no Ensaio sobre a música brasileira do próprio Mario, ou os comentários de José Miguel Wisnik em Getúlio da Paixão Cearense.

O Choros nº 2 de Villa, dedicado a Mario de Andrade, é também uma sutil provocação, por propor o uso de referências instáveis como a canção popular para estabelecimento de identidades nacionais. Mario dava preferência aos temas folcóricos, sobretudo os de origem nordestina, como se pode conferir em Os cocos ou mesmo em suas missões de pesquisa folclórica dos anos 1930.

Com relação à aula de hoje, ouviremos o Choros nº 10. Quem puder trazer a partitura irá aproveitar ainda mais. Falarei ainda de obras como os Estudos para violão, a Suíte para voz e violino e a Suíte Sugestiva, obra com que Villa-Lobos praticamente se "despede" do seu estilo mais radical, antes de voltar ao Brasil e iniciar a séries das Bachianas. Daí abordaremos a questão do Neoclassicismo de Villa.

Estarei em Recife, para ministrar curso na FUNDAJ/MEC, Fundação Joaquim Nabuco. Tema "Musicalidades Pós-Modernas".

No entanto, combinamos que Walter Nery, Roberto Votta, Frederico Barros e Rodrigo Felicíssimo falariam sobre o andamento de suas pesquisas sobre Villa.

A sala 201 está reservada. O Walter, que costuma chegar cedo, poderia pegar a chave no balcão da portaria da ECA.

Agradeço aos colegas que compareceram na semana passada, em especial aos que apresentaram suas pesquisas.

Hoje retomaremos falando de características neoclássicas da obra villalobiana. Há duas espécies de obras, as Bachianas Brasileiras, compostas nos anos 1930-45 e que remetem a procedimentos barrocos; assim como os concertos, sinfonias e quartetos de cordas compostos entre 1942-59.

Vamos ouvir o Quarteto de Cordas nº 7 (1942) e ver alguns aspectos da análise que fiz e que remetem aos quartetos Op. 76 de Joseph Haydn.

Sobre neoclassicismo recomendo o livro de Scott Messing, Neoclassicism in music: from the genesis of the concept through the Schoenberg/Stravinsky polemic. Rochester, NY: University of Rochester Press, 1996. As origens musicais do termo "neoclassicismo" são mostradas em relação à oposição França e Alemanha e depois o assunto é levado à oposição entre Schoenberg e Stravinsky.

Sobre as obras da fase final de Villa recomendo ainda a dissertação de José Ivo da Silva, Fantasia em três movimentos em forma de Choro de Heitor Villa-Lobos: análise e contextualização de seu último período. São Paulo: IA/UNESP, 2008.

No próximo sábado ministrarei uma palestra no Conservatório Souza Lima de São Paulo, entre 13 e 16h, sobre Estrutura e Forma na obra pianística de Villa-Lobos.