Relatório:
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A experiência da 10ª Oficina, aplicada aos alunos de 3º ano do Ensino Médio da escola Profº Andronico de Mello, foi a do motor elétrico (muito semelhante àquela experiência didática executada em Laboratório de Eletromagnetismo).
A parte prática dessa experiência era super simples: bastava o aluno colocar a espira sobre as guias que, imediatamente, ela entrava em rotação. A interpretação do fenômeno, entretanto, pareceu complicada aos alunos. Certamente, o fato de não terem estudado nada sobre Eletromagnetismo (o que já fora comentado em relatórios anteriores) influenciou deveras na ausência de uma análise crítica do experimento.
Fizemos o possível para contornar essa deficiência. Sabia-se que uma força deveria existir para gerar um torque e fazer com a espira girasse. Para levantar as grandezas físicas que determinam a existência desta força, questionamos, cada grupo, sobre o papel de cada um dos componentes do aparato experimental. Quando perguntávamos "Qual o papel da pilha neste conjunto?", muitos respondiam "dar/fornecer eletricidade", fazendo clara referência à corrente elétrica. E isso está correto! Cuidávamos, apenas, de corrigir o termo utilizado pelos alunos, substituindo-o por aquele aceito pela comunidade científica. Em seguida, quando perguntávamos "Qual o papel do ímã entre as guias condutoras?", todos falaram, das mais variadas formas, em campo magnético. Acreditamos que a compreensão do conceito de campo (que é extremamente abstrato) seja uma contribuição das oficinas anteriores ("O Campo dos Ímãs" e "Campo de Corrente", em especial).
A segunda parte do relatório era extremamente teórica e exigia dos alunos que estudassem, em linhas gerais, as influências do força magnética sobre um condutor e sobre uma carga elétrica (um conhecimento que os alunos não tinham). Para que pudéssemos atender, suficientemente, todos os grupos, tivemos de dispensar um esforço tremendo.
Para finalizar, gostaria de finalizar com alguns comentários sobre o roteiro dessa experiência. Por um lado, ele merece nosso reconhecimento: conseguiu explorar diversos aspectos associados a um experimento visivelmente "fechado" (fechado no sentido que seu funcionamento dependia, apenas, do ato de colocar a espira de cobre sobre as guias condutoras). Isto é, sua execução não admitia variações. Em linguagem mais coloquial: "Era isso, pronto e acabou!". E, mesmo assim, ele instigou o aluno a pensar sobre várias coisas que tinham alguma ligação com o fenômeno observado. Entretanto, por outro lado, ele apresentou algumas deficiências, que serão listadas a seguir:
1. O mais grave: afirmava que a força responsável pela rotação da espira era a força ELÉTRICA quando, na verdade, era a força MAGNÉTICA. 2. Em nenhum momento faz menção à TORQUE, dando a impressão de que a grandeza relevante para que haja a rotação da espira é a FORÇA. Evidentemente, para que haja torque, é necessária uma força. Mas, lembremos: não é toda força que gera um torque. 3. Havia uma figura, no roteiro, onde visualizávamos uma partícula carregada se deselocando com uma velocidade v numa região onde havia vários "x". Em primeiro lugar, não há nenhuma menção de que os vetores de direção e sentido denotados por "x" correspondem a um campo magnético existente na região. Em segundo lugar, há buracos nessa região, dando a entender que o campo magnético ali presente é não-uniforme. 4. No meio do texto, encontramos um "vc consegue", fazendo referência a "você consegue". Apesar deste não ser um erro associado à Física, acreditamos que ele não pode passar despercebido.
Esperamos que estas observações possam contribuir para a melhor elaboração dos próximos roteiros!
Sem mais,
Bruno Maurício Batista de Albuquerque. Daniel Ortega da Cruz.
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